Neste artigo, você vai conhecer a história de Donald Grey Triplett, o primeiro paciente diagnosticado com autismo na história. Você vai descobrir como ele foi diagnosticado, como ele viveu sua infância e sua vida adulta, e como ele contribuiu para a compreensão e a aceitação do autismo.

Mas antes de entrarmos na história de Donald, vamos entender o que é o autismo e como ele é reconhecido hoje em dia.

O que é o autismo?

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a forma como a pessoa se comunica, se relaciona e se comporta. O autismo é considerado um espectro, ou seja, existem diferentes graus e manifestações do transtorno, que variam de pessoa para pessoa.
Algumas características comuns do autismo são:

  • Dificuldade de interagir socialmente, de expressar e de entender emoções, de manter contato visual e de seguir normas sociais.
  • Interesse restrito e intenso por determinados assuntos, objetos ou atividades, que podem ocupar grande parte do tempo e da atenção da pessoa.
  • Necessidade de rotina e de previsibilidade, e resistência a mudanças ou situações novas.
  • Sensibilidade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais, como sons, luzes, cores, texturas, sabores, etc.
  • Dificuldade de linguagem, que pode se manifestar como atraso, ausência ou repetição de palavras ou frases, uso de um tom de voz monótono ou incomum, ou dificuldade de compreender metáforas, ironias ou sarcasmos.

O autismo não é uma doença, e sim uma forma diferente de ser e de perceber o mundo. As pessoas com autismo podem ter dificuldades em algumas áreas, mas também podem ter habilidades e talentos excepcionais em outras. O autismo não impede a pessoa de ter uma vida feliz e produtiva, desde que ela receba o apoio e o respeito adequados.

Como o autismo foi descoberto?

O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo psiquiatra austríaco Leo Kanner, que trabalhava na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. Kanner observou 11 crianças que apresentavam um padrão de comportamento diferente do esperado para a sua idade, e que não se encaixavam em nenhum diagnóstico existente na época.

Kanner notou que essas crianças tinham dificuldade de se relacionar com outras pessoas, preferiam ficar sozinhas, tinham interesses específicos e obsessivos, e mostravam uma inteligência acima da média em alguns aspectos. Ele chamou esse conjunto de características de “distúrbio autístico do contato afetivo”, e sugeriu que se tratava de uma condição inata e biológica.

O primeiro caso que Kanner estudou foi o de Donald Triplett, que na época tinha 5 anos de idade. Donald foi o primeiro paciente diagnosticado com autismo na história, e sua história é fascinante e inspiradora.

Quem é Donald Grey Triplett?

Donald Triplett nasceu em 1933, em Forest, uma pequena cidade do estado do Mississippi, nos Estados Unidos. Ele era o filho único de uma família rica e influente, que possuía um banco e várias propriedades na região.

Donald Grey Triplett, imagen de criança e adulto
Donald Grey Triplett natural de forest, Mississipi, USA.

Desde cedo, Donald mostrou sinais de que era diferente das outras crianças. Ele não respondia ao seu nome, não olhava nos olhos, não brincava com os outros, e não falava nada até os 2 anos de idade. Ele também tinha comportamentos estranhos, como girar objetos, contar botões, memorizar placas de carro, e repetir frases que ouvia.

Os pais de Donald ficaram preocupados com o seu desenvolvimento, e o levaram a vários médicos, que não souberam explicar o que ele tinha. Alguns sugeriram que ele fosse internado em uma instituição psiquiátrica, mas os pais se recusaram a fazer isso.

Em 1938, os pais de Donald entraram em contato com Leo Kanner, que era considerado um dos maiores especialistas em crianças na época. Eles enviaram uma carta detalhada sobre o comportamento de Donald, e Kanner se interessou pelo caso. Ele convidou Donald e seus pais para irem até Baltimore, onde ele trabalhava, para fazer uma avaliação.

Kanner ficou impressionado com Donald, que demonstrou uma inteligência e uma memória extraordinárias. Donald era capaz de fazer cálculos complexos, de identificar países e capitais no mapa, e de tocar músicas no piano de ouvido. No entanto, ele também mostrava uma grande dificuldade de se comunicar e de se adaptar ao ambiente. Ele não demonstrava afeto pelos pais, não se interessava pelos brinquedos, e se irritava com qualquer mudança na sua rotina.

Kanner diagnosticou Donald com o que ele chamou de “distúrbio autístico do contato afetivo”, e o incluiu no seu estudo pioneiro sobre o autismo. Ele também deu algumas orientações aos pais de Donald, como estimular a sua interação social, respeitar os seus interesses, e evitar pressioná-lo ou puni-lo.

Como foi a vida de Donald depois do diagnóstico?

Os pais de Donald seguiram as recomendações de Kanner, e o matricularam em uma escola especial, onde ele recebeu uma educação adaptada às suas necessidades. Donald se saiu bem nos estudos, e se formou no ensino médio com honras. Ele também aprendeu a falar fluentemente, a fazer amigos, e a participar de atividades sociais, como festas, bailes e esportes.

Donald decidiu continuar os seus estudos, e se inscreveu na Universidade Millsaps, em Jackson, Mississippi. Ele se graduou em francês, e depois fez um mestrado em economia na Universidade Louisiana State. Ele trabalhou como bibliotecário por alguns anos, mas depois voltou para Forest, onde se tornou sócio do banco da família.

Donald nunca se casou nem teve filhos, mas viveu uma vida independente e feliz. Ele viajou pelo mundo, visitando mais de 30 países, e aprendendo vários idiomas. Ele também se envolveu com a comunidade, participando de clubes, igrejas, e organizações beneficentes. Ele se tornou uma pessoa querida e respeitada por todos que o conheciam.

Donald também se interessou pelo autismo, e colaborou com vários pesquisadores que queriam saber mais sobre a sua condição. Ele se submeteu a vários testes e entrevistas, e compartilhou as suas experiências e opiniões sobre o assunto. Ele também se tornou um exemplo e uma inspiração para outras pessoas com autismo e suas famílias.

Donald Grey Triplett morreu em 15 de junio de 2023 na edade de 89 anos na sua cidade Forest. Ele é considerado o primeiro e o mais famoso paciente com autismo do mundo, e a sua história é um marco na história da medicina e da psicologia.

Conclusão

Neste artigo, você conheceu a história de Donald Gray Triplett, o primeiro paciente diagnosticado com autismo na história. Você viu como ele foi diagnosticado, como ele viveu sua infância e sua vida adulta, e como ele contribuiu para a compreensão e a aceitação do autismo.
Você também aprendeu o que é o autismo, como ele é reconhecido hoje em dia, e quais são as suas características principais. Você viu que o autismo é um espectro, que varia de pessoa para pessoa, e que não impede a pessoa de ter uma vida feliz e produtiva, desde que ela receba o apoio e o respeito adequados.

Esperamos que este artigo tenha sido útil e interessante para você, e que você tenha aprendido algo novo sobre o autismo e sobre a vida de Donald Triplett. Se você gostou deste artigo, compartilhe com os seus amigos, e deixe o seu comentário abaixo. E se você quiser saber mais sobre o autismo, confira os nossos outros artigos sobre o tema.

Obrigado pela sua atenção, e até a próxima!

Referências bibliográficas

Kanner, L. (1943). Autistic disturbances of affective contact.
https://es.wikipedia.org/wiki/Donald_Triplett. Accesada em 23/12/2023