História y Clasificación da síndrome de Asperger

SÍNDROME DE ASPERGER; Enquanto Kanner trabalhava arduamente para escrever seu famoso artigo de 1943, outra descrição do autismo sem relação com a dele surgiu em sua própria terra natal.

Hans Asperger, outro austríaco, examinou crianças autistas e usou o termo “autismo” para descrevê-las.

Asperger, de quem vem o nome “síndrome de Asperger” – viu algo nessas crianças que denominou “psicopatia autista na infância”. Ele as chamava “psicopatas autistas”.

Os dois psiquiatras nunca se conheceram.

Asperger, que publicou na Alemanha, e Kanner, que o fez nos Estados Unidos, ao que parece não sabiam nada a respeito um de outro. Talvez pela falta de comunicação entre os Estados Unidos e a Áustria durante a Segunda Guerra Mundial.

Aparentemente, Asperger não Trabalhou muito no assunto depois que seu laboratório foi destruído por bombardeios aliados e suas pesquisas arquivadas.

Posteriormente seus estudos sob o que ele chamou Psicopatia Autista na Infância vieram ao público em 1981, principalmente, graças a Lorna Wing,  uma especialista inglesa sob o autismo e mãe de uma menina autista.

Foi ela que apresentou as pesquisas de Asperger ao público inglês e sugeriu a mudança de “psicopatia autista” para a síndrome de Asperger, em homenagem a este psiquiatra de Viena, Áustria.

Esta nova denominação foi formalmente aceita em 1994, pela Associação Americana de Psiquiatria [AAP] é incorporada como tal, dentro dos Transtornos do Espectro Autista [TEA] no Manual Diagnostico e Estadístico dos Transtornos Mentais [DSM IV, por suas siglas em inglês].

Síndrome de Asperger: História e Situação Atual

Atualmente a síndrome de Asperger, é considerada um transtorno neurobiológico enquadrado dentro dos TEA.

Este transtorno foi considerada, por muitos anos, como uma forma leve do autismo, em relação ao autismo clássico de Kanner.

Em maio de 2013, foi lançada a quinta versão do DSM, a qual trouxe algumas mudanças importantes, como; novos diagnósticos e alterações de nomes de doenças neurológicas que já existiam.

Nesta versão do DSM a Síndrome de Rett foi excluída do espectro autista.

O diagnóstico da síndrome de Asperger foi eliminada como tal e o novo termo médico agora é “Transtorno do espectro autistas de nível 1, sem apresentar perdas intelectuais ou verbais”.

Atualmente o DSM V, divide o autismo [TEA] em três níveis de severidade:

  • Nível uno, o mais leve [onde encaixa a Síndrome de Asperger];
  • Meio ou moderado, considerado o nível dois
  • Nível 3, considerado o mais severo [onde encaixa o autismo clássico de Kanner].

Como oa Asperger foi reconhecida recentemente, o número exato de pessoas com esta doença ainda é desconhecido.

As estatísticas  amostram que a prevalência da síndrome de Asperger é mais comum do que  se acreditava, sendo um em 250 crianças diagnosticadas com a síndrome.

Outros dados dos Estados Unidos mostram que a incidência está na ordem de um em cada 100 mil crianças.

Enquanto que aqui no Brasil, se estima que mais de 150 mil casos, são registrados por ano.

Síndrome de Asperger no CID-10

Um dado importante é o fato de que a legislação brasileira adoto oficialmente a Classificação Internacional das Doenças [CID-10].

Esse sistema de classificação estabelece um código para cada problema de saúde.

Assim, os Transtornos Globais do Desenvolvimento [TGD] receberam o código F84 e esse código contém os seguintes transtornos:

  • Autismo infantil [F84.0],
  • Autismo atípico [F84.1],
  • Síndrome de Rett [F84.2],
  • Transtorno Desintegrativo da Infância [F84.3],
  • Transtorno com Hipercinecia associada a Retardo Mental e a movimentos Estereotipados [F84.4],
  • Síndrome de Asperger [F84.5],
  • Outros Transtornos Globais do Desenvolvimento [F84.8] e Transtornos Globais Não Especificados do Desenvolvimento [F84.9].

Então, conhecer se o laudo médico foi feito baseado no DSM-V ou no CID-10, pode ser importante no momento de tentar obter os diferentes benefícios de assistência social como o Benefício de Prestação Continuada [BPC].

O DSM refere-se ao autismo como Transtornos do Espectro Autista [TEA], o CID-10 como Transtornos Generalizados do Desarrolho [TGD]. 

Na data 18 de junho de 2018 a OMS lanço a CID-11, nela desaparece a síndrome de Asperger como um transtorno único e diferente do autismo.

Nesta versão da CID, se respeitam os conceitos sob o TGD e são incorporados no grupo dos Transtornos do Neurodesenvolvimento.

O código para o autismo na CID-11 é a seguinte:

6 A02 Transtornos do Espectro do Autismo

Por sua vez, os Transtornos do Espectro do Autismo, tem os seguintes subtipos:

  • 6 A02.1 Transtorno do espectro do autismo com transtorno do desenvolvimento intelectual com leve ou sim alteração funcional da linguagem.
  • 6 A02.2 Transtorno do espectro do autismo sim transtorno do desenvolvimento intelectual com alteração funcional da linguagem.
  • 6 A02.3 Transtorno do espectro do autismo com transtorno do desenvolvimento intelectual com alteração funcional da linguagem.
  • 6 A02.4 Transtorno do espectro do autismo com transtorno do desenvolvimento intelectual e ausência da linguagem funcional.
  • 6 A02.Y Outros transtornos do Espectro do Autismo.
  • 6 A02.Z Transtorno do neurodesenvolvimento não especificado.

Esta versão da CID-11, está na sua fase BETA e será apresentada oficialmente na Reunião Mundial da Saúde no 2019.

Espera-se que passe por um período de adoção pelos estados membros da OMS e entre em vigor no 2022.

Síndrome de Asperger: Causas

As causas exatas sobre  a Síndrome de Asperger ainda é desconhecida.

Diversos cientistas pensam que alguma anormalidade no cérebro das crianças portadoras seja a causa mais provável.

Pois diferentes estudos neuroanatômicos e as associações com os teratógenos sinalizam que existe uma alteração no desenvolvimento do cérebro, o que se produz logo após a concepção de um filho.

Diferentes pesquisas amostram uma migração anormal das células embrionárias durante o desenvolvimento  fetal que podem afetar a estrutura final do cérebro, assim como sua conectividade neurológica.

O resultado é uma alteração dos circuitos neurais que controlam o pensamento e a conduta.

Na atualidade existem diversas teorias que tentam explicar o mecanismo pelo qual acontece esse processo.

Mas nenhuma delas oferece uma explicação satisfatória. Vamos conhecer algumas delas.

Teoria do Sistema dos Neurónios Espelhos

A teoria do Sistema dos Neurónios Espelho [SNE], menciona que as alterações no desenvolvimento do SNE dificultam os processos naturais de imitação.

Isso causa deterioração da interação social, o qual é, uma característica principal da síndrome de Asperger.

Por exemplo, uma pesquisa encontrou que se produz um retardo na ativação do circuito central da imitação em pacientes com esta patologia neurológica.

Teoria da mente

A teoria da mente, mantem a hipótese que as condutas autistas se derivam de deterioração da capacidade de realizar atribuições de estados mentais [alegria, tristeza, raiva…] a própria pessoa e aos demais.

Teoria da Hipersistematização

A teoria da hipersistematização, a qual sinaliza que os indivíduos com autismo podem sistematizar as operações internas para responder acontecimentos internos.

Entretanto, são menos eficazes nas interações sociais em responder a acontecimentos gerados por outras pessoas [brincadeiras, perguntas,etc.

Síndrome de Asperger: Sintomas

As manifestações clínicas da Síndrome de Asperger podem variar de uma pessoa para outra, assim como a intensidade e gravidade da doença.

Os sinais mais comuns são as seguintes:

Problemas com as habilidades sociais

As crianças com a Síndrome de Asperger geralmente tem dificuldades para interagir com outras pessoas e muitas vezes agem de um jeito estranho em acontecimentos sociais.

Eles têm dificuldades para fazer novos amigos, pois tem dificuldades para iniciar e manter uma conversa formal entre duas pessoas.

Comportamentos excêntricos ou repetitivos

Os meninos com essa condição podem desenvolver um tipo de comportamento anormal, que envolve movimentos repetitivos e estranhos, como torcer as mãos e dedos.

Rituais incomuns

Uma pessoa com esta síndrome pode desenvolver rituais que ela ou ele podem negar de uma forma determinante a alterar, como vestir-se obrigatoriamente em uma ordem específica.

Dificuldades na comunicação

Esta é uma característica muito comum das pessoas dentro do espectro autista.

As pessoas com à síndrome de Asperger costumam não fazer contato visual ao falar com alguém.

Eles podem ter problemas ao usar expressões faciais e ao gesticular, também podem apresentar dificuldades para compreender a linguagem corporal e a linguagem dentro de um determinado contexto, eles costumam ser muito literais no uso da comunicação.

Poucos interesses

As crianças com esta síndrome podem desenvolver um interesse obsessivo em algumas atividades. Por exemplo, a prática de algum esporte, ordenar objetos em uma determinada ordem, etc.

Problemas na coordenação de movimentos

As pessoas com Asperger, podem parecer estranhas e singulares em relação ao grau de comprometimento com este problema neurológico.

O mais comum são os movimentos estereotipados, como o movimento repetitivo das mãos, pular, girar objetos, etc.

Habilidosos ou talentosos

Muitas pessoas com a síndrome de Asperger, são excepcionalmente inteligentes, talentosas e especializadas em uma determinada área.

Como a música, arte e a matemática, por exemplo.

Imagem de pessoas famosas com traços autistas ou Síndrome de Asperger
O musico cego Derek, Stephen Wilshire e seus megaretratos de cidades enteiras, L. Messi, B. Gates e a veterinaria Temple Grandin são exemplos de pessoas famosas enquadradas dentro do Asperger / Acp

Esta “especialização” causo muita repercussão no mundo, no artigo The Geek Síndrome publicado na revista Wired em 2001 pelo escritor Steve Silberman.

Ele afirma que no “Vale de Silício”, Califórnia, onde estão estabelecidas muitas empresas tecnológicas como; Apple, Microsoft , HP, etc.

Também existem muitas pessoas portadoras da síndrome de Asperger, o qual lhes confere alguma vantagem nessa área da ciência.

Síndrome de Asperger: Diagnostico

Em relação ao diagnostico a  Dra. Evelyn Vinocur, psiquiatra, especialista da clínica Minha Vida, afirma que os diagnósticos psiquiátricos, na sua maioria, seguem as recomendações do DSM V.

Atualmente o DSM enquadra ao autismo e a Síndrome de Asperger dentro do “Transtorno do Espectro Autista”.

Ela afirma que são somente dois grupos de sintomas necessários para que o psiquiatra ou pediatra, possam realizar o diagnóstico.

Estes são:

1.- Déficits de comunicação ou interação social

As crianças apresentam déficits na reciprocidade nos relacionamentos sociais, também nos comportamentos não verbais ou dificuldades de iniciar e manter uma conversa formal entre duas pessoas.

2.- Presença de um padrão repetitivo e restritivo de atividades, interesses e comportamentos

Esses interesses e comportamentos são:

  • As estereotipias [ecolalia, por exemplo],
  • Insistência em uma atividade específica,
  • Adesão estrita a rotinas,
  • Interesses restritos e incomuns e
  • Hiper-reatividade ou hipo-reatividade a estímulos sensoriais, tanto internos como externos.

As manifestações clínicas dos Asperger podem variar de uma pessoa para outra, assim como a intensidade e gravidade da doença.

Convivendo com a Síndrome de Asperger

Os pacientes com a Síndrome de Asperger, embora possuam muitos pontos em comum, também, apresentam um padrão de comportamentos que se difere consideravelmente de uma criança para a outra.

Por esse motivo não há um tratamento típico ou exato que possa ser prescrito.

Então, dependendo das habilidades de cada criança bem como dos seus pontos fracos e dos seus pontos fortes e do seu histórico de desenvolvimento.

É possível aplicar ações específicas a fim de melhorar e desenvolver habilidades que apresentam déficits.

Visto então que cada criança é única e que essa patologia acomete cada uma de uma maneira específica não há nada melhor do que um tratamento multidisciplinar para otimizar os resultados e o desenvolvimento da criança.

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Referencias

Cartilha: direitos das pessoas com autismo. Acessado 03/05/2017.

Cartilha: Síndrome de Asperger. Acessado 04/05/2017.

R. Grinker. 2007. Unstrange Minds.

Manual Diagnostico e Estatístico dos transtornos Mentais – DSM V.

Wikipedia – Lista de códigos da CID-10

Organização Mundial da Saúde. Classificação Internacional das Doenças [CID-11]

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