VACINAS: Na data de 20 de janeiro de 2017, tomou posse o 45º presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump.
Isso deu início a uma nova batalha legal em relação aos transtornos neurológicos, e, em particular, aos casos de autismo, os quais se acreditam serem derivados das vacinas.
Donald Trump é conhecido por seu temperamento forte e por fazer depoimentos polêmicos, mas, neste caso relacionado ao autismo espera-se que influencie positivamente no quesito de elucidar finalmente se as vacinas são as causadoras de doenças neurológicas como o autismo.
O que é Uma Vacina?
Quando uma criança nasce, seu corpo está sujeito a muitas coisas novas; entre essas coisas, uma enorme quantidade de substâncias e organismos microscópicos que podem afetar sua saúde.
Muitas crianças conseguem se defender graças a anticorpos herdados durante a gravidez, mas esse sistema imune herdado só dura um determinado período e depois a criança tem que desenvolver seu próprio sistema imunológico para poder sobreviver.
É nesse momento que entram em campo as vacinas.
Quando um organismo se encontra com um patógeno, não temos como saber a priori se a reação resultante será grave, leve ou inexistente.
As vacinas possuem uma forma parcial ou debilitada do patógeno e servem para que esse encontro, idealmente o primeiro que a criança experimenta, seja controlado, despertando seu sistema imunológico e evitando as consequências da doença.
Assim, o corpo da criança aprende a combater a infecção, e se torna capaz de combatê-la caso volte a aparecer no futuro.
Os antígenos presentes nas vacinas, na forma de patógenos debilitados, são cultivados em laboratório e misturados com conservantes, estabilizantes e outras substâncias, a fim de serem testadas em amplos estudos clínicos antes de serem incluídas nos calendários de vacinação infantil.
Por outro lado, também se analisam as interações entre distintas vacinas, e em que idade são mais efetivas.
Vacinas, Política e Autismo
Os Estados Unidos são o país com maior quantidade de pesquisas sobre autismo e outras desordens neurológicas.
Como resultado, muitos países ao redor do mundo se baseiam nessas informações para delinear políticas orientadas à população afetada, entre eles, Brasil e Argentina.
O último informe dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças [CDC], de 2012, afirma que 1 em cada 68 crianças padecem de transtornos neurológicos, com base num estudo feito em 11 diferentes comunidades dos Estados Unidos.
Isso causou pânico na população norte-americana e os meios de comunicação imediatamente começaram a falar que existia uma epidemia de autismo, apontando as vacinas como culpadas por tão alarmante situação.
O que diz D. Trump sobre as Vacinas e Autismo?
A posição de Trump em relação ao autismo é clara: ele acredita que seja causado pelas vacinas.
Opinião que ele já mantinha antes de ser candidato a presidente dos EUA.
Lembremos que ele, num programa do canal de TV Fox News, declarou o seguinte:
“Você pega esse bonitinho bebê e ‘pump’. Outro dia mesmo, uma linda criança de 2 anos foi vacinar. Uma semana depois, ela teve febre e ficou muito, muito doente. Agora, é uma autista”.
Outro episódio relacionado com a família presidencial teve como protagonista a jornalista Rosie O’Donnell, que afirmou que o filho menor de Trump, Barron Trump, é autista, conclusão obtida por ela através da observação de vídeos da família presidencial.
Posteriormente, teve que se desculpar publicamente por não poder provar suas observações sobre o filho do presidente dos EUA e ao ser acusada nas mídias sociais de ser uma mulher cruel e sem escrúpulos na briga por algum benefício político.
Talvez o ponto mais alto desta discussão ocorreu quando 17 candidatos, incluindo Donald Trump, estavam presentes num debate na CNN e o autismo foi selecionado como tema.
Na ocasião, o moderador perguntou a Trump qual a sua opinião sobre a possível relação entre vacinas e autismo, obtendo como resposta:
“a princípio, estou a favor das vacinas, mas estas teriam que ser administradas em doses menores e em maiores períodos de tempo”
Posteriormente essa opinião foi apoiada por outros três candidatos, o que fez com que Trump ficasse politicamente mais fortalecido em relação ao tema.
Políticas Públicas de Saúde nos Estados Unidos
Como presidente, D. Trump tem autoridade para nomear um número determinado de diretores de saúde pública, incluindo os diretores dos CDC e da FDA.
Em função do último escândalo sobre a omissão de dados pelos CDC, que demonstravam uma maior tendência da população afro-americana em contrair o autismo.
Esses centros possivelmente serão os primeiros a experimentarem mudanças na diretoria, o que levará a uma nova política de saúde pública nos EUA.
Esse escândalo se deu quando o Dr. William Thompson, pesquisador nos CDC, declarou-se publicamente arrependido de ter omitido dados que correlacionavam significativamente um aumento de 340% no risco de contração do autismo, especialmente na população de crianças afro-americanas que receberam a vacina tríplice contra o sarampo, caxumba e rubéola [MMR] da farmacêutica Merck.
Robert F. Kennedy jr e Vacinas
Justamente para realizar um levantamento pormenorizado de todas essas questões, o gabinete presidencial de Trump escolheu Robert F. Kennedy jr para presidir uma comissão que faria pesquisas sobre a possível relação entre as vacinas e o autismo.
Logo após, Kennedy disse a repórteres que havia se encontrado “muitas vezes” com membros da equipe de transição de Trump, “trocando documentos sobre a aparência da comissão”.
Mas pouco se ouviu sobre o plano desde então.
Assim, neste 2018 quando foi perguntado pelos repórteres do Guardian, ele disse:
“Eu diria que não há progresso”,
“Disseram-nos que o presidente Trump queria se encontrar diretamente conosco. Não só nada aconteceu, eles cortaram toda a comunicação com as pessoas que se preocupam com esse problema”.
Kennedy, de 64 anos, não teve contato com a Casa Branca por pelo menos seis meses e não escondeu seu desânimo.
“Muito do que acontece nesta administração é obscuro, então não houve transparência”, disse ele.
Em meio a verdades não ditas, mitos e teorias da conspiração, pode causar o autismo em crianças? Se essas perguntas lhe intrigam, “A Vacina no Banco dos Réus” é para você. Nesse livro, você irá fazer uma viagem através da história da vacina, desde o seu remoto princípio aos tempos atuais, e até mesmo as perspectivas futuras de seu uso.
Considerações
Essa decisão de D. Trump abandonar aquela comissão de segurança sob as vacinas, teve boa aceitação no meio científico.
Por exemplo William Schaffner, professor de medicina preventiva no departamento de política de saúde da escola de medicina da Universidade Vanderbilt, em Nashville, disse:
“Os padrões para segurança de vacinas são substancialmente mais altos do que para medicamentos e são mantidos sob revisão por um comitê de especialistas. que assessora o CDC e é separado da indústria.”
A Casa Branca não fez comentário nenhum.
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Referências
Roy R. Grinker. Unstrange Minds, 2007.
Conspiraciones, autismo y bulos: por qué Trump apoya a los antivacunas. http://www.elconfidencial.com/tecnologia/2017-01-12/claves-para-entender-la-polemica-sobre-las-vacunas-en-la-que-trump-se-ha-metido_1315084/. accesada en 15/01/2017.
Is Barron Trump Autistic? Some Dare to Ask Wheter President Trump’s Son Battles Autism http://www.smobserved.com/story/2016/12/25/lifestyle/is-barron-trump-autistic-some-dare-to-ask-whether-president-trumps-son-battles-autism/2305.html. Accesada en 11/01/2017.